sexta-feira, 2 de setembro de 2011

O Estacionamento.

O dia de hoje já começou legal. O trânsito para sair da Freguesia, devido a tal bolha imobiliária mais uma bela invenção viária da CET na saida da Av. Inajar de Souza, que conseguiu colocar um ponto de ônibus em cada lado da via, separados por uma unica faixa para automóveis, está impossível. Na década de 90 se gastava 15 minutos da minha casa até a entrada do Minhocão (putz, é estranho escrever isto...em lugar de Elevado Costa e Silva). Atualmente a média é 30 minutos e hoje especialmente foram 45. Passado o pior 1, o pior 2 ainda estava por vir. Após uns 25km de tranquilidade, ouvindo um noticiário light de safadeza, corrupção, bondinho de 100 anos, vitória roubada (mais uma) do Timão, etc, etc, são 08:20 e imagino estar chegando com folga para a conf-call das 09:00 com a Alemanha, bastaria achar a vaga no mar de carros, estacionar, pegar a maleta de 8kg, andar uns 500m e só.

Só que nesta vida, nem tudo está tão bom que não possa melhorar e nem tão ruim que não possa ficar pior, desculpe Tiririca.

Percebi que tinha algo errado quando a fila na descida do Bezerra (parece trecho de circuito de F1 mas não é), não se movia, visto que não havia mais espaço para veiculos na viela que dá acesso à antiga “Portaria de carros zero”. Esta é para quem tem mais de 25 anos de VW. Para os demais, vulgo “entrada da T-Systems”.

Não sei se mudou o processo, o maninho que está movendo a cancela, ou que raio aconteceu, ou só porque é dia 1 do mês, a verdade é que implementaram uma operação-padrão muito popular no passado, mas que recentemente não acontecia, e eu até considerava extinta, que é só autorizar um veículo in, quando ocorrer um respectivo veículo out.

Agora imagina aplicar isso às 08:30 quando a maioria dos funcs recém-chegou para trabalhar e, salvo problema na família ou caso grave de indignação e/ou burnout provocado pela chefia, ninguém pega o carro e vai embora.  

Na minha frente havia uns 15 veículos. Em 6 minutos, 1 entrou, mais 6 minutos, o segundo.
Então aplicando conceitos de matemática avançada, deduzi que ia ter direito à procurar a tal vaga abandonada (é, believe-me, se o cara que saiu não conseguir te explicar onde estava, em linhas x colunas como uma planilha excel, você vai ter que achar a vaga na raça !) lá por volta das 10h. Haja jornal para ler (desisti logo, Bota 3 x 1 Palmeiras), haja rádio para ouvir, às 10h entra o Datena.

Como eu já havia planejado sair na hora do almoço para fazer um balanceamento de rodas no meu segundo carro
recém-adquirido (aguardem o post sobre “oficinas”) resolvi ganhar tempo e rumei para o local, centro de SBC, não sem antes pedir a colaboração de um colega na base e-mailar o alemão, que me chamaria para a conf-call das 09:00, sobre minha situação.  
Por algum motivo o colega germânico não leu ou não atentou para a mensagem e recebi um telefonema no celular “0049XXXXX......) vich! Foi a primeira, e talvez única vez de minha vida que participei de um conf-call internacional direto de uma borracharia.

“Doutor, vai alinhar ?”, “When do we have the files?”, “dá um tempo, tô no celular...” e “please, speak a little bit louder”, se intercalavam num exemplo chinfrim do que a globalização, flexibilidade de comunicação e limitação operacional de um guarda de portaria juntos são capazes de fazer.

Valeu, vamos trabalhar !

Um comentário:

  1. Muito bom!
    De grande sabedoria será a pessoa que investir em uma empresa de táxi aéreo, não só na Freguesia do Ó, mas em todos os bairros afunilados pela fórmula: (cadasemana1predionovo + faltadeeducaçao + incompetenciapublica = dordecabeça). Poderia se chamar Crossing Tiete Airways, ou algo do tipo. São Paulo vai parar e não vai demorar muito!

    Essa cidade é um lixo mesmo. Impossível gostar desse lugar. Tomamos doses diárias de violência e isso é cada vez mais normal.

    Um exemplo conveniente: Há 30 minutos eu vi um assassinato. Sei que parece mentira mas infelizmente é verdade! Na Av João Paulo I, "x" chegou e pediu a moto do "y". O tal do "y" reagiu e o "x" atirou 3 vezes. Simples e rápido assim.

    O que mais me assustou não foi a violência. Foi o choque que aquilo não me causou. O que preocupa mesmo é acostumar com esse tipo de coisa.

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